Por que escrevo?
Escrevo para não morrer.

(José Saramago)

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

UM POEMA POR ACASO







Não me peças um poema forçado:
o que não sai das mãos do poeta
fere-o como o animal leopardo.

Contudo que a doçura de tua súplica
por minhas palavras traga minha pena...
O olhar inquieto embriaga a minha vontade epifânica
de eternizá-lo nesta página branca e fria.

Eis a obra e o sagrado.
Encontro-o tal como dissimulo:
Tenho-o em pedacinhos
Com a barba liricamente grisalha
Com o rosto opaco e triste pelo tempo.
Resta-me o destino cratofânico:
Casar palavras minhas com a imagem tua
Amassadas em meus pensamentos e erotizadas
como se fossem mil delírios na noite sombria.
ROSIDELMA FRAGA

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