Por que escrevo?
Escrevo para não morrer.

(José Saramago)

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

CONDENADOS DE AMOR


Condenados de amor

Cristo sequer condenou Madalena.
De puta santificada a mulher sorriu.

O santo de carne e osso amou-a docemente
Depois bebeu o sêmen de hermafrodita.

Eva nua seduziu arcanjo na porta do céu
E Deus disse: “Mulher, o amor te salvou”.

OLODUMARÉ


Olodumaré

Beijando Drummond
Uma mulher afoga
Sua coita de amor.

O trovador não veio
O poeta travestiu-se
De baiana de terreiro.

O amor batucou-se no tambor
de Olodum: e Olodumaré
viu a maré salgada da alma.
E o riso do mulato africano
Vestiu minha nudez de poeta.

AMOR NO FIRMAMENTO



Arrasto as letras da palavra
A
M
O
R
Rastreio a metáfora do verbo
A
M
A
R
E a nostalgia de Eros em mim
Despe o corpo de Deus no firmamento.