Por que escrevo?
Escrevo para não morrer.

(José Saramago)

segunda-feira, 24 de junho de 2013

AS CICATRIZES DO AMOR



As cicatrizes falam e choram.
Cada uma baila vida em mim.

A cicatriz de tua sobrancelha
É a carícia do primeiro encontro.
E não é a mesma cicatriz do grego.
São as nossas cicatrizes de amor.

A cicatriz de teu corpo em meu corpo
É a lembrança risonha na memória.

A cicatriz sonora de tua alma
É o teu sangue em minhas vértebras
É a valsa na face do tuiuiú na janela.

A cicatriz dos afagos desmedidos
É o sopro de teu desejo que ainda
Acorda minhas carícias à luz do Éden.

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