Por que escrevo?
Escrevo para não morrer.

(José Saramago)

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

ARCANJO À MEIA-NOITE


(HBN)

Um poema brota à meia noite
depois de uma voz silenciosa e nua
que em mim soa valsa, épica e cantares.

Noutras vidas era a mesma poesia
desnudando-se nesta doçura limítrofe
para dizer-me sonetos desmedidos.

Outrora com a dança de tua alma,
minh’ alma lavou-se no lirismo teu...
Enciumada, guardei tua visitação.

Banhei meu corpo em tua luz
Desci do instante de flâmula
E meu coração voou dez metros.

Nesta tua aura por Camões e canções
escrevi na folha luminosa de teu sorriso
todos os versos mordidos pela ternura.

Depois de tua partida, arcanjo redentor,
meu coração saiu por mares tresloucado...
E a ausência tua abraçou-me na eternidade.

2 comentários:

Luiz Filho de Oliveira disse...

Que tercetos de lirismo encantatório, Rosidelma. Você, além dessa dedicada pesquisadora, é mesmo muito boa poeta (mesmo que, por esse poema, devesse ser chamada, ao estilo clássico, de poetisa!). Seus versos têm métrica e ritmo próprios, um sabor de um "dolce stil nuovo" camoniano filtrado em sua escritura. Meus cumprimentos pela poesia madura que nos serve à rede.

ROSIDELMA FRAGA disse...

Obrigada poeta Luiz Oliveira.
Escrevi o poema num gole só, sem trabalhar o verso como se espera de um bom poeta.Escrevi só por inspiração e amor.Eu queria o poema melhor porque era para um ser maior e de alma esplêndida e maravilhosa. Quero escrever uma matéria sobre o poeta do pseudônimo para quem eu dediquei este poema, mas estou na correria para escrever a tese. Também estou devendo uma leitura/escrita de teus versos. Um dia conseguirei.Abraço virtual!