Por que escrevo?
Escrevo para não morrer.

(José Saramago)

domingo, 23 de agosto de 2009

II SE DEVERAS EU MORRER AMANHÃ

Se eu morrer amanhã
Ficarei guardada na memória.
Estarei presente nos jornais e revistas...
Exibirei minhas palavras adoecidas,
minhas dores, meu destino.

Se eu morrer amanhã amarei o nada que fui.
Serei apenas uma folha seca caída
qual poesia amassada no lixo
Simplesmente nada.

Se eu morrer amanhã
não quero mais que poema nos jornais
E a poesia da alma doente em meus olhos
Quero me despir de todas as pedras.
Não quero lágrimas gritantes.
Na verdade se eu morrer amanhã
Quero uma canção de Mozart, Pavarotti,
Chopin ou Bach.
E se não bastasse mais que poema e Vinho
Quero abraçar o Criador e desfilar nua
Infinitamente nua na passarela do universo.

Se eu morrer amanhã deveras
Quero vestir um organdi vermelho...
Ficarei transparente diante de Deus e sem palavras
Olharemos um para o outro
Meus cabelos longos cobrirão os seios do divino olhar.
A pele rosada Deus e sua barba imensurável
unir-se-ão à minha nudez de libertação
E depois não diremos mais nada.






Um comentário:

Isaac Ramos disse...

Se você morrer amanhã, saiba que seus versos não morrerão. Eles farão parte do meu curso de Literatura Mato-Grossense, que ministrarei de 15 a 26 de agosto de 2011, na cidade de Tapurah-MT.

Um aceno poético