(Um poema dedicado a mim por mim).
Pinto o retrato da mulher
Pinto o retrato da mulher
Embaixo da ponte quebrada.
Pressinto a música que ela ensaia
Vejo o golpe, a facada afiada,
A frialdade humana e inorgânica.
A pedra é a frieza da alma
Mas é na pedra que a mulher dorme.
A mulher solve o bronze da morte.
Morte de corpo, morte de objeto
Morte de tudo que suscite amargura.
Mas, a mulher guarda o retrato das cinzas.
Ela brota, desbrota, água, deságua...
Nascerenascenascerenasce,
Morredesmorremorredesmorre...
E nos retoques de meu desenho lírico
Vejo a mulher que brota das chamas
E se deságua na candura de ser poeta.
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