Por que escrevo?
Escrevo para não morrer.

(José Saramago)

segunda-feira, 4 de junho de 2012

PROCURA-SE UM POETA

Um poema teima em nascer,
bate à janela de minhas mãos
e insiste em ser poesia.

Converso mentalmente com o verbo
Digo que não quero verso de mesmice...

Quero antes um verso capaz de aniquilar
o corpo fônico da palavra a-u-s-ê-n-c-i-a.

Quero mesmo ouvir a canção do poeta
Que me faça versos sem respiração
E sem pontos e rimas na garganta.

Quero um poeta vestido de silêncio
Para namorar meu desejo de palavras.

Quero um poeta para ler minhas veias
E esconder meus pés no grão da areia.

Quero um poeta para pintar um amor
no útero transparente das cascatas
e vivermos um minuto eterno nas galáxias.







Um comentário:

Luiz Filho de Oliveira disse...

E acha-se um poema muitíssimo bem escrito, sem mesmice mesmo! Prosaico poetar em prosódico versejar. Parabéns, poeta. Você se encontra nesses versos. Até mais páginas.