Por que escrevo?
Escrevo para não morrer.

(José Saramago)

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

NOTAS PARA O SILÊNCIO

 

Entrevo-me na sensatez
da voz que me cala.
A poesia é o som
para a brevidade do tempo.
Embrevecida no minuto
de ser a pétala murcha da palavra,
aqui dispo e disseco
a anatomia da vida.

A vida é essa roda

              que anda,

gira,

               canta,

dança

               e cessa.

Mas eternizar é disfarçar-se
no limiar do silêncio.
Silêncio é o rio que deságua
dentro da alma sem feridas e feras.

Deus é a cicatriz do eterno em mim.
É ele minha plenitude...
Deus é a poesia
que busco na ponta da tinta.
Por tudo isso, nos Rios de Sião
e em notas brandas além do mar,
pincelo o quadro branco
que ele deixou cair
no perfume do oceano.

Enamorada das águas
embriago-me na voz deste Ser maior.
Deus é o poeta além das galáxias,
aquele que toca o avesso do tempo,
faz do efêmero o infinito,
costura o céu em mil pedaços
e afaga a Imortalidade do Amor.


quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

HORAS


(Poema rabiscado na mesa de um bar em Cuiabá-MT, enquanto esperava por um poeta que não veio).

 

Nos fundos do bar
dança Afrodite
sem deuses
sem roupão...
perde-se a razão,
desnudam-se
corpo e o pudor
e as horas vêm e vão.
O mendigo sai cantarolando
em busca da cabeleira loura.
O bêbado procura pela mulher amada
e grita
e pula
e chora...
Eu ouço da calçada
a batida de sua alma
e o tic tac do relógio.

Esmago o toque
suave da lua e devoro
o cheiro da dama da noite,
agourando as pétalas da morte.

Flor e a lua,
sereno e oceano,
todos veem
o dia amanhecendo
em meu ar de completude.

Circe voa nua
Sansão e Dalila
mordem-se de amor
no cárcere das almas.
Enquanto eu
abraço a plenitude
de ser poeta.

Ser poeta é adoecer os olhos,
é ouvir o tic tac das horas
e esperar os teus passos na janela.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

O PROFESSOR DE PORTUGUÊS É UM CHATO E A LÍNGUA PORTUGUESA É UM OSAMA BIN LADEN!

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