Por que escrevo?
Escrevo para não morrer.

(José Saramago)

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

ORLA

Toquei o silêncio
de um flamingo
que pelo azul do mar
não era vermelho,
nem era céu.

Era o anjo
do deserto em crateras,
desaguando o amor
que amarrei no laço de fita.

Com o tempo e as pedras,
o laço de fita
desatou e se rasgou
em mil pedaços.

A cicatriz vestiu os retalhos
da orla de minha ternura.
Eu alinhavei a alma e o corpo.
Depois fiquei grávida
de amor e poesia
para transcender na aba do infinito.




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