(Ao admirável Guimarães Rosa)
Nas águas do tempo ininterrupto
revelo-me e desvelo
a nudez dos flancos da tarde.
À margem do mundo feito fosca luz
seguro a outra dimensão da margem
do rio que corre no voo da alma.
O rio explode nas veias comunicantes
entre mim, o finito e o infinito.
Enfim, dispo-me
dessas águas do tempo,
penetro na ponta dos pés das palavras...
Ouço do silêncio das outras águas
que o amor é o rio que transcende
a terceira margem para além do Universo.
revelo-me e desvelo
a nudez dos flancos da tarde.
À margem do mundo feito fosca luz
seguro a outra dimensão da margem
do rio que corre no voo da alma.
O rio explode nas veias comunicantes
entre mim, o finito e o infinito.
Enfim, dispo-me
dessas águas do tempo,
penetro na ponta dos pés das palavras...
Ouço do silêncio das outras águas
que o amor é o rio que transcende
a terceira margem para além do Universo.
8 comentários:
Que lindo Rosidelma. Não conhecia seu blog. Adorei. Beijo!
Alice
Obrigada. Visite sempre!
Não esqueci de você poeta, estava numa fase de lagarta trocando de corpo, não sou mais o da foto, agora sou um poeta magro. Quando li teu poema, estava com os versos do Borges na cabeça, tinha acabado de le-lo: mirar el río hecho de tiempo y água/y recordar que el tiempo es otro río.. teu poema faz uma katabase;sai da finititude para a infinititude. "a nudez dos flancos da tarde para uma terceira margem..."Só não compreendo como o amor pode ultrapassar o infinito.
Mas a poesia de Rosidelma é capaz disto. Estou no teu blog novamente.
Luiz Alfredo - poeta
Obrigada amigo Alfredo pela visita e leitura!
O poiesis continua muito legal. É bom saber que existem pessoas preocupadas em perpetuar a poesia. Mandei o endereço do blog para todos os meus contatos. Continue firme
Obrigada poeta Binho.
Visite o poiesis sempre!
Tenho até receio de comentar, mas quanta intensidade: lembrei da leitura sartreana que estou fazendo: o finito e o infinito. Você escreve muito bem, parabéns; como diz a Maria Bethânia: o mundo precisa de poesia!
Obrigada pela leitura. Sinta-se à vontade para ler e comentar.
Abraço em verso.
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