(Ao amigo silencioso, Edelson Santana – Julho/2010).
Renuncio-te como se rasga
um véu de cada voz e sem a dor
de uma sangrenta perda.
Perder é um ganhar
de tua ausência dilacerada em mim.
Compreendo o avesso do silêncio
e ainda arranho a voz da tua alma.
um véu de cada voz e sem a dor
de uma sangrenta perda.
Perder é um ganhar
de tua ausência dilacerada em mim.
Compreendo o avesso do silêncio
e ainda arranho a voz da tua alma.
Interrompi a música muda e asséptica
da epifânica nostalgia nossa.
É esta canção que em mim ficará
Aquela que o tempo mergulhou
no abandono imensurável.
Minha alma borbulhará ao compasso
de teus passos silenciosos e apressados
como as batidas da marcha de Safo por Anactória.
Renuncio-te como se rasga um véu...
Mas a renúncia é tua e minha será a remissão.
Vê-lo- ei em todas as noites
de clarão e no vago
de teu olhar que em mim ficou.
Acariciarei o descompasso
dos caminhos e espinhos que em teu peito cravei.
Segue teu destino e rega o véu de tuas rosas.
Meu jardim será regado pela memória eterna
de teu sorriso esmagado pelas folhas do tempo.
O meu tempo é a eternidade do minuto
como se fosse o retrato itabirano,
estático e mudo,
mas comunicável em mim.
Um comentário:
Um poema mediano para alguém abaixo dele.
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