DOIS ANJOS EM COPACABANA
(Um poema rabiscado nas ruas do Rio de Janeiro)
Na janela
aberta da rua do ouvidor
Olho tua imagem metafórica...
Sinto-a tão intensa em mim.
Vejo cada instante na luz epifânica
de um olhar sem metafísicas
como se o verde da alma dançasse por dentro.
Pressinto um cheiro negro na chuva.
A flor está na rua escura e nela
a flor voa nua, suada e calma.
A rua é morta e dois anjos caminham
mudos e opacos em Copacabana.
Olho tua imagem metafórica...
Sinto-a tão intensa em mim.
Vejo cada instante na luz epifânica
de um olhar sem metafísicas
como se o verde da alma dançasse por dentro.
Pressinto um cheiro negro na chuva.
A flor está na rua escura e nela
a flor voa nua, suada e calma.
A rua é morta e dois anjos caminham
mudos e opacos em Copacabana.
Copacabana naquele instante fui eu querendo ser luz.
Soltei mil cambalhotas
Quando a imagem se aproximou.
Timidamente sensual – minha imagem se desfez
E saiu caminhando na luz do olhar.
Os pedaços da alma humana e o corpo
casaram-se na janela aberta da vida.
Nossas vozes silenciosas ecoaram
E as palavras soluçaram nas espumas na noite.
Eis que encontrei Drummond e Bandeira
A beijarem meu papel rabiscado de poesia.
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