Por que escrevo?
Escrevo para não morrer.

(José Saramago)

domingo, 22 de abril de 2012

GLÓRIA PEQUENA



Celebro a glória minúscula do que sou
Saboreio a sensação de tudo em nada.
Tenciono a caligrafia inútil
de todas as minhas especulações.


Sinto hoje uma completude no gozo
de não ser absolutamente nada.
Desfolho o arranjo da metafísica
e do amor platônico que guardei comigo.
Vivo como quem abraça a escória
e sente um imenso oceano nas mãos.


Enquanto o destino me conceder,
esmagarei o pavão retorcido
que cada raça tem dentro de si.


Haverá uma glória estúpida
a me banhar na aba do infinito.
E vestindo-me das pequenas coisas
Que mais haverei de querer?

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