Por que escrevo?
Escrevo para não morrer.

(José Saramago)

domingo, 11 de março de 2012

CESTA DE POESIA

A cigana saiu chorando
De lenço vermelho
Com cesta de poesia
E se pôs a gritar.

Vende-se poesia
Quem quer comprar?
Poesia está suja
Caiu na lama
Soltou aroma.

Vende-se poesia
Verso de nostalgia
Recheado de cetim.

Vende-se poesia
Verso de vinho tinto
Coberto de solidão.

O bêbado pergunta:
“Que negócio é esse?
Me dá um copo?”


Vende-se poesia
Poesia é pão do dia
É resto de ausência
É torrada de abandono.

O bêbado resmunga:
Poesia é sede
Eu sou a fonte
Come-se com farinha?




Nenhum comentário: