(Ao grande escritor português, José Saramago – 18/06/2010).
Um poema não deve nascer
das dores e nostalgia.
Sensibilidade é traiçoeira.
Mas eu chego em casa subitamente
após passar pelas folhas caídas
deste ambiente seco, tardio e isolado
de palavras.
Ouço as notas cruas do evangelho que anuncia
a morte de José Saramago.
Qual pássaro arrebatado pelas pedras
minha alma cresce e explode
mais que dez metros drummondianos.
A dor e a nostalgia invadem meu ser
que contempla a vida eterna
de Caim com doce gosto em meus olhos.
In Nomine Dei meu lirismo jamais se calaria
como não se calou pela morte de Ricardo Reis.
Ao abrir a porta de meu quarto negro
tropeço na luz fosca ensaiada pela cegueira,
acabo por não concluir o poema...
Faltaram-me as palavras a palo úmido
diante dos cacos de minha seca alma que hoje chorou.
das dores e nostalgia.
Sensibilidade é traiçoeira.
Mas eu chego em casa subitamente
após passar pelas folhas caídas
deste ambiente seco, tardio e isolado
de palavras.
Ouço as notas cruas do evangelho que anuncia
a morte de José Saramago.
Qual pássaro arrebatado pelas pedras
minha alma cresce e explode
mais que dez metros drummondianos.
A dor e a nostalgia invadem meu ser
que contempla a vida eterna
de Caim com doce gosto em meus olhos.
In Nomine Dei meu lirismo jamais se calaria
como não se calou pela morte de Ricardo Reis.
Ao abrir a porta de meu quarto negro
tropeço na luz fosca ensaiada pela cegueira,
acabo por não concluir o poema...
Faltaram-me as palavras a palo úmido
diante dos cacos de minha seca alma que hoje chorou.