Ainda que eu cantasse
o futuro...
Ainda que profetizasse
o amor e a quimera...
Não viveria o bastante
para traduzir a face oculta
da caligrafia desses versos...
o futuro...
Ainda que profetizasse
o amor e a quimera...
Não viveria o bastante
para traduzir a face oculta
da caligrafia desses versos...
Nem mesmo seria a caligrafia oculta
de cada poema que escrevi.
Eu sou apenas a poesia algemada
que ainda meu verso não escreveu:
o reverso das palavras jogadas na poeira
no charco de lodo e no deserto das vivências.
Eu sou ainda o véu sagrado das palavras
a suplicar pela completude imaculada.
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