Dizem que ando com olhos doces
E não saio de roupa sem alinhavo.
Visto a encenação de Penélope
Que de amor do amor se despe.
Não anoiteço um dia sequer por aí
Polímnia esconde Dionísio em mim.
E minha voz esvai-se em roucos arpejos
Que vejo, ouço e enfim te revejo.
Meu Apolo não vem ao poema
Porque beija a nudez de Calíope.
Enamorada e sem retalhos de gozo
Meu corpo deixa cair a última peça
da poesia que suspira a tua ausência.