(Para Rosidelma Fraga)
Tua alma,
Estróbilo prenhe de poesia,
Distribui-se em sementes.
Sementes lançadas,
De um céu no solo,
A um solo no self.
Sementes levadas,
Pelo vento insular da tua voz.
Sementes plantadas,
Nos vales do mundo a gerar,
A gênese do verso.
Sementes que alimentam de infinito,
Os ócios e vazios do universo.
Fazendo-os férteis,
Repositórios de poesia.
Da poesia de que és,
A forma perfeita e original.
Da poesia que toma o corpo,
Coloniza a mente,
E fecunda o espírito.
Poesia senhora de si,
Poesia sem hora de ser.
Poesia em suma,
Em sumo,
Em soma de vidas.
Poesia vivida,
Princípio vivente.
Das sementes,
A vicejar impunemente.
A crescer inestancável,
No coração de quem sente.
De quem sente, como eu,
A luz chegar de repente.
(Autor: Hebane Lucácius)