Por que escrevo?
Escrevo para não morrer.

(José Saramago)

domingo, 8 de fevereiro de 2009

VERME SUBLIME

O verme ergueu-se de suas escórias
Rastejou
Cambaleou
Caiu.

O verme é simplesmente o verme.
É feio como a flor no asfalto.
Não há nada mais significante que um verme retraído.
Tremendo de frio e medo está o verme...
Eu me vejo agora em petição de verme...
Em fragmentos;
Em estado de abandono e de tudo que suscite piedade.

Ora, um verme é sempre o desejo de esmago
de exterminação de futuro.
Pois não há presente, nem esperança diante dele.
O verme sou eu aplaudida pela rejeição do mundo.
O verme foi roído pelas ruínas do lixo
O verme ergueu-se no entulho sublime.

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