Por que escrevo?
Escrevo para não morrer.

(José Saramago)

domingo, 15 de abril de 2012

A TERCEIRA MARGEM DA ESPERA


Espalhei os cacos da solidão
e cantei a aurora da penumbra.
Estive distante de meus sabores
Naveguei no rio negro de tua alma.

Esta crua realidade visita-me
toda noite no além-mar.
Zombeteira,
ela despe as duas vidas que tive:
uma coberta de nada,
a outra camuflada de vazios.

O que importa não é a terceira
margem da espera
no outro lado do rio?

É por isso que prezo a lembrança
do inesperado
do encontro desmarcado
e das horas esperadas.
Afinal,
O que importa não é a hora da chegada
Mas o sentido imensurável da busca.
Importa é a cicatriz de teu corpo
na pele oculta da minha ausência.

Um comentário:

Anônimo disse...

Ai que saudade eu tenho de você, Rosidelma!