Por que escrevo?
Escrevo para não morrer.

(José Saramago)

domingo, 8 de abril de 2012

MARCAS DE BATOM

Deste oceano de pedras
ninguém abrirá a janela
a mirar o cheiro
da espuma em mim submersa.
Nem mesmo a lua fria
e a constelação adornada
de amores e desencontros.

Eu certamente
esmagarei os cravos
na coroa da alma
que veio banhar agora
toda leve e solta
nas ondas de maresia.

Um mar de saudades
veio curar a cicatriz
do batom vermelho
nos botões de tua camisa
que nem mesmo toquei.

Bebi do mesmo mar salgado
acariciei a brandura seca
de teus pés silenciosos...
Por fim beijei a tua alma tatuada
e o teu olhar veio cravar
nos pedaços de minha essência.



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