Por que escrevo?
Escrevo para não morrer.

(José Saramago)

quinta-feira, 25 de junho de 2009

MEMORY I






...
...



Não penetrarei a sonoridade
do sentimento com esquecimento
Não farei poesia de acontecimentos
dias banais, papéis amassados ou o que eu sinto
não faz bem à recordação de meu lirismo rasgado.

A memória tocada ao som de Memory,
as teclas do piano se misturam diante da ausência
A ausência é senão a completude.
É dela que rio e zombo
porque essa massacrada ausência é a ruptura com a presença
Eis nesta lacuna o elo entre o profano e o sagrado que há em mim,
a batalha de gregos e troianos
diante do trono epifânico que é a imagem.

Esquecer-me-ia do devaneio e da amnésia da lembrança.
Divago - eu sei - na fosca noite arlequinal
Dou cambalhotas da minha existência incógnita
Abraço a falta e a falta soma-se ao único olhar
O olhar de mil anos de civilização reatualizada.
Eis por fim o vazio sem explicação
o copo quebrado
o vinho afrodisíaco
a vida e o sentido de estar vivo...
Morrer a cada dia é tornar o instante eterno
É certeza unívoca da ressurreição __
A grande comprovação da existência absoluta.
ROSIDELMA FRAGA.













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