Por que escrevo?
Escrevo para não morrer.

(José Saramago)

sábado, 21 de julho de 2012

REGRESSO


O regresso de mim
caminha pela rua mórbida.
Escrevo versos no escuro
como alguém que apaga a histeria 
de estar sempre
na dupla chama
que vai consumindo
entre a ausência e eu.

Em labaredas e malabarismo,
cambaleio no circo,
ajoelho diante de Deus
e caio em decúbito dorsal.

Eis que diante do lenço vermelho
e do fogaréu que é a minha solidão,
abraço o lirismo de tal desencontro.

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