Por que escrevo?
Escrevo para não morrer.

(José Saramago)

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

OXUM


(Para o grande poeta Domício Proença Filho, depois que li a grandeza de sua obra Dionísio Esfacelado: quilombo dos palmares)

Ressurgi
dessas águas
decantadas...
Vesti de Oxum
abracei Xangô
envolto no lençol azul
da cor do mar.

Dançamos
no Passo-da-Cegonha
Despimo-nos
na Mabunda.

Longe de Obá
acendemos
o fogo da luz
na fonte
das águas.

E nus
diante de Deus,
o criador das criaturas,
ficamos sem palavras,
eternamente esfacelados,
pois somos todos africanos
na terra onde Deus é o Verbo,
 e é o deus de Zâmbi.
Ele é o Alfa e o Ômega
que abençoa
meu amor
de Oxum em Xangô.


 

4 comentários:

CHIICO MIGUEL disse...

PUXA! COMO VOCE ENTENDE (ou atende?) tantos personagens desse tipo? Eu não sei quem Oxum,nem Xangô,nem nada.
Seria que um dia eu vou enteder?
abraços
francisco m. moura

ROSIDELMA FRAGA disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
ROSIDELMA FRAGA disse...

Gostei do jogo entende/atende.
Oxum era a esposa de Xangô. Obá era a segunda mulher de Xangô, mas ele preferia Oxum. Mabunda era uma espécie de dança erótica e Passo-da-Cegonha era uma passo de dança de capoeira para pegar os traiçoeiros. Zâmbi era o deus da criação. Escrevi este poema por causa da ocasião. Estava lendo poesia Afro-Brasileira, mas não sei quase nada não. Gosto do jeito África na construção da identidade.Mas quem não entende, vai pensar que estou possuída de entidades (kkkkkk).

CHIICO MIGUEL disse...

Ai, não! Deus me livre de você estar possuída que não seja um deus ou deusa ou deuses da poesial. Isto é suficiente. Agora estou um pouco iniciado nesse negócio. Sabe, não é por nada não! É porque não sou afeito a nenhuma dogma ou lei que não sejam as minhas. Sou tão solto que às vezes tenho medo de pegarem.
Mas, não a santa poesia me salva.Você já notou que tolero repetições? Quando vou querendo repetir erro de propósito, ou é pscológico?
Boa noite boa, amiga!