Por que escrevo?
Escrevo para não morrer.

(José Saramago)

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

HEBANE, O INFINITO

De quem são as marcas alvas do sorriso e os detalhes
de cada gesto que ao infinito
da alma a lira evanesce e ordena aos meus olhos que se calem?

Bem sabe um poeta quando as linhas curvas
de uma grande épica se cruzam
entre as brumas silenciosas da alma dos heróis.

‘Stamos em pleno silêncio e a palavra que sempre dominamos,
aquela que tiramos do avesso do verso e a forçamos trocar de roupas
agora zomba da mudez comunicante.

Dispo a imagem sacralizada da canção
e de lágrimas doces diante de ti...
E a voz instaurada em teu ser soa
a lírica e banha as pedras dos pedaços de meu ser.

A alma é o canto de todos os poetas
que se mascaram nas rochas amargas
para ouvir a valsa de Chopin no firmamento.
Desse infinito minha alma deságua
a espera de cada detalhe de tua alma em mim.

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