Por que escrevo?
Escrevo para não morrer.

(José Saramago)

sexta-feira, 2 de abril de 2010

BÚSSOLA FINAL

Anseio morrer em paz na eternidade
e sozinha no último instante,
sempiterno, ainda que ontológico,
cronos da infinitude, minha virtude.

Eu quero a paz da ultravida
aquela gigantesca quimera,
dissoluta e sem medida, comedida.

Combati sempre o efêmero
E aqui no poema descortinei a bússola
do tempo repentino, destino.

Jamais minha alma abrirá o voo
do eterno enquanto dure, amargura.

Assim pinto meu caminho
sem surpresas e fantasmas,
nada mais que tudo, completude.

A morte instantânea é a cura
para afogar a universalidade
da Ursa Menor, bússola.

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